|
Sinopse por: Luís Nogueira Diz o autor: "Nesta palestra vou reflectir as implicações do aparecimento de novos suportes comunicacionais -nomeadamente, do outdoor político- no âmbito dos fenómenos da legitimação eleitoral, mais especificamente, em relação às eleições legislativas de 1995. Numa primeira parte, procurarei caracterizar um outdoor político, salientando que o seu regime de significação se inscreve mais na linguagem da publicidade e no regime de funcionamento do marketing político, do que na linguagem da propaganda. Numa segunda parte, salientarei o regime de percepção dos fenómenos políticos que o outdoor originou, juntamente com outros fenómenos colaterais da comunicação política, resultantes, essencialmente, do aparecimento das televisões privadas. Procurarei, igualmente, reflectir de que forma é que este regime de percepção contribuiu para uma espectacularização da política. Aproveito já para apresentar a minha tese a propósito deste assunto: se é certo que o outdoor se insere naquilo que designamos por política espectáculo, consideramos, simultaneamente, que ele também funda uma total transparência do sentido político, que contribui para uma passividade política e comunicacional do cidadão. Esta passividade está logo subjacente ao próprio acto de interpretação do sentido político onde, semanticamente, tudo está explícito e se oferece a uma leitura. Tal situação leva-nos interrogar onde está a retórica da política espectáculo".
|
|