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Sinopse por: Luís Nogueira "A leitura de O prazer do texto pode provocar, pelo menos, dois tipos de reacções negativas: por um lado será possível que alguns suponham que se trata de pequenos devaneios literários, em que o autor, a partir de alguns motivos de teoria estética, tece algumas considerações mais ou menos líricas em que um certo número de ideias relativamente conhecidas surgem sob roupagem nova; por outro lado, outros poderiam ceder à fascinação que a qualidade muito evidente deste texto não deixa de exercer, e deixarem-se ficar por aí, seduzidos, sim, mas incapazes de vislumbrarem o alcance teórico da obra. A isso convirá opor uma afirmação frontal, e neste momento fortemente dogmática: O prazer do texto é muito provavelmente uma das obras contemporâneas mais importantes no campo da teoria da literatura. Isto, claro, para um leitor atento, que saiba deixar repercutirem-se em si as múltiplas indicações que o texto tem o cuidado de suspender no instante preciso em que elas se poderiam começar a conceptualizar.
Convém ainda notar que O prazer do texto opera dois efeitos simultâneos: por um lado, interessa-nos não apenas como obra que nos fala de literatura, mas como obra que fala insistentemente de política e de moral (como veremos); por outro lado, essa multiplicidade de referências tem o mérito de deslocar os vários campos da realidade (a literatura, a política, a moral), criando espaços de reflexão inteiramente novos e inesperados".
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