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Sinopse por: Luís Nogueira Diz a autora a abrir o texto: "Os acasos da vida levaram-me ao Morvan (maciço da era Primária, situado a 200 km a sudeste de Paris) onde fiquei intrigada pelas definições quotidianas do parentesco que aí ouvia. Em primeiro lugar, o embaraço de algumas pessoas em situarem-se, em explicitar um comportamento: é a minha avó, mas não é bem a minha avó; sou daqui, enfim quase, cheguei há três dias, ... há quatro anos, é como se tivesse nascido aqui. Mas também a distinção que os naturais da região faziam com estes quase morvandianos: ah, René é quase da família, foi criado aqui. Quis pois, enquanto etnóloga, compreender o que era aquele parentesco que qualifico de proximidade que se estabelecia entre as crianças colocadas e a respectiva família de criação.
Poderia ser-se pais sem que houvesse nem laços de sangue (consanguinidade), nem laços de aliança (afinidade)? O meu objecto de pesquisa remete para a construção de um parentesco fictício ou electivo, de um parentesco sem definição, de um parentesco em défice". É esta questão muito particular que é aqui analisada.
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