|
Sinopse por: Graça Gonçalves "Este ensaio pretende contribuir para a estética marxista mediante a impugnação da sua ortodoxia predominante. Por "ortodoxia" compreendo a interpretação da qualidade e verdade de uma obra de arte em termos da totalidade das relações de produção existentes. Concretamente, esta interpretação considera que a obra de arte representa os interesses e a visão do mundo de determinadas classes sociais de um modo mais ou menos preciso.
A minha crítica desta ortodoxia baseia-se na teoria marxista, na medida em que esta também encara a arte no contexto das relações sociais prevalecentes e atribui à arte uma função política e um potencial político da arte na própria arte, na forma estética em si. Além disso, defendo que, em virtude da sua forma estética, a arte é absolutamente autónoma perante as relações sociais existentes. Na sua autonomia, a arte não só contesta estas relações como, ao mesmo tempo, as transcende. Deste modo, a arte subverte a consciência dominante, a experiência ordinária (…).
A arte pode ser revolucionária em muitos sentidos. Num sentido estrito, a arte pode ser revolucionária se representa uma mudança radical no estilo e na técnica. Tal mudança pode ser empreendida por uma verdadeira vanguarda, antecipando ou reflectindo mudanças substanciais na sociedade em geral (…)"
|
|