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Sinopse por: Luís Nogueira Diz Arlindo Machado na Apresentação que escreveu para o livro: "Malgrado a fotografia ser realmente o objecto principal da reflexão efectuada no livro, ela funciona mais propriamente como um pretexto para que, através dela, Flusser possa verificar o funcionamento das nossas sociedades pós-históricas (para usar um termo caro ao filósofo), ou seja, das nossas sociedades marcadas pelo colapso dos textos e pela hegemonia das imagens. <br>Na verdade, a fotografia ocupa, entre os media do nosso tempo, um lugar bastante estratégico, porque é com base na sua definição semiótica e tecnológica que se constroem hoje as máquinas contemporâneas de produção simbólica. É com a fotografia que se inicia, portanto, um novo paradigma na cultura do homem, baseado na automatização da produção, distribuição e consumo da informação (de qualquer informação, não só da visual), com consequências gigantescas para os processos de percepção individual e para os sistemas de organização social. Mas é com as imagens electrónicas (difundidas pela televisão) e com as imagens digitais (difundidas agora no chamado ciberespaço) que essas mudanças se tornaram mais perceptíveis e suficientemente ostensivas para demandar respostas por parte do pensamento crítico-filosófico. Que ninguém espere, portanto, encontrar nesta obra de Flusser uma análise da fotografia de tipo clássico, baseada em orientações da linguística ou da sociologia. <br>A fotografia é abordada aqui com base sobretudo em conceitos da cibernética e ela comparece na obra apenas como um modelo básico para a análise do modo de funcionamento de todo e qualquer aparato tecnológico ou mediático".
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