| Tudo o que é sólido se dissolve no ar. Aventura da modernidade Sinopse por: Luís Nogueira
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Obra: Tudo o que é sólido se dissolve no ar. Aventura da modernidade Autor(a): Marshall Berman Editora: Edições 70 Colecção: Signos Ano publicação: 1982 Ano entrada: 2000-01-01
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Temáticas: » Teorias da Cultura
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Sinopse por: Luís Nogueira Palavras do próprio autor: "Durante a maior parte da minha vida, desde que me ensinaram que vivia num "edifício moderno" e crescia no seio de uma "família moderna", no Bronx de há trinta anos, tenho-me sentido fascinado pelos sentidos possíveis da modernidade. Neste livro, procurei apresentar algumas destas dimensões de sentido, tentei analisar e situar as aventuras e horrores, as ambiguidades e ironias da vida moderna. O livro progride e desenvolve-se através de vários caminhos de leitura: leitura de textos - o Fausto de Goethe, o Manifesto do Partido Comunista, as Notas do Subterrâneo, e muito mais; mas tentei também ler ambientes sociais e espaciais - pequenas cidades, grandes empreendimentos da construção civil, represas e centrais eléctricas, o Palácio de Cristal de Joseph Paxton, os boulevards parisienses de Haussmann, as avenidas de Petersburgo, as auto-estradas de Robert Moses através de Nova Iorque; e, por fim, tentei ler a vida das pessoas, a vida real e ficcional, desde o tempo de Goethe, depois de Marx e de Baudelaire, até ao nosso tempo. Procurei mostrar como essas pessoas partilham e como esses livros e ambientes expressam algumas preocupações especificamente modernas. São todos movidos, ao mesmo tempo, pelo desejo de mudança - de auto-transformação e de transformação do mundo à sua volta - e pelo terror da desorientação e da desintegração, o terror da vida que se desfaz em pedaços. Todos conhecem a vertigem e o terror de um mundo no qual tudo o que é sólido se dissolve no ar.
(…) Para ser inteiramente moderno, é preciso ser antimoderno: desde o tempo de Marx e Dostoievski até ao nosso próprio tempo tem sido impossível apreender e aproveitar as potencialidades do mundo moderno sem se revoltar e lutar contra algumas das suas realidades mais palpáveis. Não surpreende pois, como afirmou Kierkegaard, esse grande modernista e antimodernista, que a mais profunda seriedade moderna deva expressar-se através da ironia. A ironia moderna insinua-se em muitas das grandes obras de arte e pensamento do século passado; ao mesmo tempo, dissemina-se por milhões de pessoas comuns nas suas existências quotidianas. Este livro pretende juntar essas obras e essas vidas, restabelecer o vigor espiritual da cultura modernista para o homem e a mulher da rua; pretende mostrar como, para todos nós, modernismo é realismo. Isso não resolverá as contradições que dominam a vida moderna, mas ajudará a compreendê-las, para que possamos ser claros e honestos ao avaliar e enfrentar as forças que nos fazem ser o que somos".
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Índice: Introdução: Modernidade - Ontem, Hoje e Amanhã
I. O Fausto de Goethe: A Tragédia do Desenvolvimento
Primeira metamorfose: O Sonhador
Segunda metamorfose: O Amante
Terceira metamorfose: O Fomentador
Epílogo: uma era fásutica e pseudofáustica
II. Tudo o que é sólido se dissolve no ar: Marx, Modernismo e Modernização
1. A visão diluidora e a sua dialéctica
2. Autodestruição inovadora
3. Nudez: O homem privado de tudo
4. A metamorfose dos valores
5. Perda do Halo
Conclusão: A cultura e as contradições do capitalismo
III. Baudelaire: o Modernismo nas Ruas
1. Modernismo pastoral e antipastoral
2. O Heroísmo da Vida Moderna
3. A Família de Olhos
4. O Lodaçal de Macadame
5. O Século XX: O Halo e a Auto-estrada
IV. Petersburgo: O modernismo do subdesenvolvimento
1. A cidade real e irreal
"A Geometria Surgiu": A Cidade dos Pântanos
"O Cavaleiro de Bronze" de Puchkine: O Funcionário e o Czar
Petersburgo no tempo de Nicolau I: Palácio contra Avenida
Gogol: A Rua Real e Surrealista
Palavras e Sapatos: O Jovem Dostoievski
2. A Década de 1860 - O Novo Homem na Rua
Chernishevski: A Rua como Fronteira
O Homem do Subterrâneo na Rua
Petersburgo contra Paris: Duas tendências do Modernismo nas Ruas
A Avenida Política
Epílogo: O Palácio de Cristal, Facto e Símbolo
3. O Século XX: Ascensão e Queda da Cidade
1905: Mais Luz, Mais Sombras
Petersburgo de Bieli: Passaporte para a Sombra
Mandelstam: A Palavra Abençoada sem Sentido
Conclusão: A Via de Petersburgo
V. Na Floresta dos Símbolos: Algumas notas sobre o Modernismo em nova Iorque
1. Robert Moses: O Mundo da Via Rápida
2. A Década de 60: Um Grito na Rua
3. A Década de 70: Trazer tudo de volta para o Lar
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