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Sinopse por: Luís Nogueira Um excerto do texto: "Sendo invocada com grande persistência para fins muito diversos e com os propósitos mais díspares, a Opinião Pública nos nossos dias continua a apresentar-se, mais que nunca, como um valor simbólico de uso corrente e de circulação ilimitada no universo da vida política. Mas, ao mesmo tempo, o seu debate e reflexão como grande tema do pensamento social e político veio perdendo força ao longo dos últimos anos, como que definhando perante a voracidade de uma dinâmica de desenvolvimento que se apressa em cortar os laços com o passado e reduz todos os traços da memória a uma tradição que aspira ver ultrapassada a todo o custo.
A breve discussão que aqui proponho da Opinião Pública é, nas presentes circunstâncias, uma certa forma de resistência a esta vertigem do nosso tempo. Não me eximo ao debate da pós-modernidade, mas considero também indispensável retomar a questão da modernidade: para discutir alguns aspectos específicos e cruciais do presente, mas sem perder de vista o passado, nomeadamente tudo aquilo que faz deste mesmo passado uma actualidade ­ as suas marcas profundas, que traçam a genealogia do nosso tempo. Terei em especial atenção dois aspectos que, do meu ponto de vista, continuam a posicionar a Opinião Pública como uma referência incontornável da vida colectiva e da organização das sociedades nos nossos dias: as implicações da Opinião Pública em termos de direitos individuais ­ os quais vemos hoje de novo tão exaltados ­ e o seu lugar nesse grande debate que está em curso a propósito da chamada Sociedade da Informação".
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