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Sinopse por: Luís Nogueira Segundo as palavras do autor: "O objetivo deste texto é repensar as imagens da morte e do renascimento, considerando a sua inscrição no contexto das mídias. Observar este fenômeno na ficção das telenovelas é pertinente porque reencontra a questão das relações entre fantasia e realidade. Uma consulta aos textos bíblicos, mitológicos, medicinais e alquímicos, certamente, nos forneceria um universo exuberante para tratar do tema. Da mesma forma, uma semiologia da pintura, da música clássica ou das artes dramáticas revelaria um farto repertório de referências sobre o assunto. Poderíamos atualizar uma percepção do imaginário da morte e do renascimento recorrendo aos videoclipes, aos games interativos ou aos sites animados da INTERNET. Todos estes produtos de comunicação contém traços e pistas que nos permitem compreender o que os homens pensam sobre a morte e a sobrevivência. O fenômeno da interatividade abriu novas janelas para o exercício da especulação sobre a existência, finitude e longevidade.
Existe ainda um trabalho inédito a ser realizado neste domínio e que certamente fecundaria novas reflexões abrangendo as tecnologias do espírito, a materialidade das imagens ou ainda a imaginação da morte na época das mídias.
No momento nos predispomos a mapear alguns elementos na ficção que se ocupam com a questão da vida depois da morte. Para isso colocamos em foco a telenovela brasileira "A Viagem", seguindo as pistas de uma antropologia da comunicação (2), em que o homem e seus símbolos interagem com as mídias. O mito do deus Dionísio reaparece aqui como iluminação para nortear o nosso percurso. Primeiro porque nos utilizamos das interpretações deste mito para esboçar os traços de uma interpretação do Brasil; depois porque é uma divindade que encarna o mito da vida indestrutível e, finalmente, porque o dionisíaco abrange experiências e visôes do mundo advindas de diversas procedências, como é o caso da formação do imaginário coletivo brasileiro".
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