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Sinopse por: Luís Nogueira É possível identificar logo no início do texto o seu objecto privilegiado, através deste excerto: "A racionalidade analítica destruiu os sortilégios no cadinho da interpretação. Apesar de conservar preciosamente os seus jogos equívocos, o império do sentido deixou de ser medido pelas figuras de um destino inatingível. E o segredo da paixão, que rói ou que palpita, por não ter palavras que a exprimam, invoca a anacronia própria dos sentimentos indescritíveis. Doravante precisamos de palavras para o exprimir. Os pequenos sinais do corpo que traem emoções, esses gestos desajeitados ou esses acessos de rubor, essas bruscas perdas da palavra ainda satisfazem por apoiarem um retorno à antecedência da linguagem. Mas tornaram-se também vítimas de uma semiótica do corpo que nunca deixou de os enaltecer, consagrando-os como instâncias de significação.
Dispositivos pulsionais e máquinas desejantes, economia libidinal e estratégias de investimento atingiram com sucesso a objectivação de todas as formas e de todos os conteúdos possíveis do desejo. A sombra da incompreensão não é mais que do que o mistério proveniente do próprio excesso da racionalidade analítica".
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