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Sinopse por: Luís Nogueira "Uma das características mais importantes da relação entre a maioria dos comportamentos que acompanham uma conversa e o discurso pronunciado é a sua natureza paradoxal: se, por um lado, os comportamentos dão a entender algo na medida em que os interlocutores são capazes de o pôr em discurso, na medida em que sabem que o podem explicitar verbalmente, por outro lado, deixam de o dar a entender logo que o enunciam efectivamente.<br>
Assim, por exemplo, esfregar de mãos pode sugerir o embaraço do locutor, o rubor pode dar a entender confusão ou vergonha, baixar a cabeça pode dar a entender mal-estar ou submissão, olhar ostensivamente nos olhos do interlocutor pode sugerir uma atitude de afronta. No entanto, logo que o sentido de comportamentos deste género são explicitados verbalmente, o seu efeito tende a desfazer-se, o seu sentido desmorona-se como um castelo de cartas, ou, pelo menos, perde grande parte da sua força expressiva". São estas questões, complexas, suscitadas pela relação entre o não verbal e o discurso, que o autor aborda.
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