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Sinopse por: Graça Gonçalves "Se quisermos assinalar a questão de fundo que subjaz a todo este trabalho, teremos de dizer, sem qualquer hesitação, que ela é a questão da racionalidade. Como conceber a nossa faculdade de raciocinar e provar? Como conceber a competência racional e que domínios podem ser abrangidos por ela? Como conceber a razão?
Rejeitando a identificação do racional com o necessário e do não-necessário com o irracional, Perelman procura abrir uma "terceira via", a via do razoável. Por isso, em vez de ver na evidência e na necessidade dos raciocínios as marcas distintivas da razão, e rejeitando a ideia de que tudo o que não seja necessário é arbitrário, o autor de O Império Retórico reivindica que entre esses dois extremos absolutos há todo um imenso campo_ o campo magnético, como escreveu Robinet, no qual a argumentação capta a limalha não matemática e não experimental do espírito _ em que a nossa actividade racional se exerce com, e como, razoabilidade. Apresentando uma teoria da argumentação e uma filosofia do razoável, a Nova Retórica de Perelman oferece-nos, assim, uma proposta fecunda e sólida para que hoje se possa repensar a racionalidade".
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