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Sinopse por: Luís Nogueira Excerto do prefácio, escrito por Ernesto Sampaio: "O estudo dos movimentos históricos de vanguarda (futurismo, dadaísmo, primeiro surrealismo) é indispensável à investigação científica sobre a hipótese de um efeito social da arte nos dias de hoje. E é ainda importante por outra razão: constitui o princípio de uma teoria crítica da literatura segundo a qual foram os movimentos históricos de vanguarda que puseram radicalmente em questão pela primeira vez o estatuto da arte na sociedade burguesa, expresso pelo conceito de autonomia. A teoria da vanguarda, que Peter Bürger desenvolve em polémica com as teses de Benjamin e Adorno, propõe-se facultar o aparelho teórico necessário à conceptualização das tentativas vanguardistas no sentido de transgredir os limites da instituição arte.
(…) O ensaio a que estas notas pretendem servir de modesta introdução é teoria em sentido forte. Aqui não contam supostas evidências resultantes da contemplação das obras, mas apenas a relação entre a vanguarda como categoria e a evolução da arte burguesa como objecto de conhecimento.
(…) A vanguarda surge, portanto, como uma instância autocrítica, não tanto da arte, mas da estrutura social em que a arte se dá. Não funcionou como crítica imanente ao sistema, actuando no seio da instituição, mas como autocrítica da instituição da arte na sua totalidade. Neste ponto, coloca-se a segunda tese do ensaio: o subsistema estético atinge o estado da autocrítica com os movimentos de vanguarda".
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