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Sinopse por: Graça Gonçalves Da introdução: "(...) Ao definir uma obra de arte como um "objecto feito pelo homem que exige ser esteticamente experenciado", encontramos pela primeira vez uma distinção básica entre as humanidades e as ciências da natureza. O cientista, de acordo com o modo como aborda os fenómenos naturais, pode imediatamente proceder à sua análise. O humanista, de acordo com o modo como aborda as acções e criações humanas, tem de se empenhar num processo mental de carácter sintético e subjectivo: mentalmente, ele tem de re-protagonizar as acções e de recriar as criações. É com efeito neste processo que os objectos reais das humanidades se realizam. Porque é evidente que o historiador da filosofia ou da escultura estão interessados em livros e estátuas não na medida em que materialmente existem, mas enquanto possuem um significado. E é igualmente óbvio que este significado só pode ser apreendido pelo re-produzir e, deste modo, literalmente, pelo "realizar" dos pensamentos que estão expressos nos livros e nas concepções artísticas que se manifestam nas estátuas. Assim, o historiador da arte submete o seu "material" a uma análise arqueológica racional muitas vezes tão meticulosamente exacta, compreensiva e complexa quanto qualquer investigação física ou astronómica. Mas ele constitui o seu material por uma re-criação estética intuitiva, que inclui a percepção e apreciação da "qualidade", do mesmo modo como faz qualquer pessoa "vulgar" quando olha para a pintura ou ouve uma sinfonia. (...)"
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