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Sinopse por: Luís Nogueira Da introdução: "Como T.Todorov referiu, os géneros literários têm origem pura e simplesmente no discurso humano. Daí que possamos operacionalmente pensar uma noção de género a partir de um conjunto de lesisignos, mais ou menos estáveis, que condicionam a interpretação de formas arquétipas e reconhecíveis de "actos de fala", no seio de uma dada comunidade. Nessa medida, é possível caracterizar o género profético como uma amálgama de registos discursivos, modalizados durante séculos nas suas dominantes expressivas e de conteúdo, e que tematizam, a partir do epicentro cultural euro-semítico, a comunicação entre o homem e determinadas imagens de transcendência com incidência na codificação da experiência e no controlo de uma ideia de futuro e, em certa medida, de um eschatón.
Como vimos em trabalhos anteriores, as próprias circunstâncias histórico-discursivas acabaram por determinar que as permanências do género profético nos universos cristão e islâmico, se manifestassem através de diferenciais profundos. Estes recortes diferenciados na matéria do continuum, quer expressivo, quer sobretudo de conteúdo, conduzem-nos à questão das identidades e das alteridades. Para melhor compreender o mundo fechado das primeiras - e entendamo-lo assim pois trabalharemos com exemplos situados ainda nas semioses pré-modernas - passamos a analisar, no presente ensaio, um quadro possível das alteridades, com ênfase para a narração dos eventos escatológicos, para a enunciação das novas escatológicas e para a própria natureza da(s) image(n)s de Deus. Após essa radiografia, passaremos a sistematizar o modo como as ortodoxias em ambos os mundos, o islâmico e o cristão, codificaram a textualização profética".
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