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Sinopse por: Luís Nogueira Julgamos que alguns excertos da introdução à obra podem elucidar os propósitos e os ângulos de abordagem com que o autor encara a sua reflexão: "Dizer que há, ou que houve, uma modernidade da visão e do olhar coloca-nos face ao problema de saber como reconhecer as suas manifestações, de saber onde e como essa modernidade pôde manifestar-se". E mais adiante: "Abster-nos-emos, ao longo deste texto, de ensaiar uma explicação causal e determinista do espírito perceptivo próprio de uma qualquer época, sobretudo dos Tempos Modernos". O que interessa é, então, o seguinte: "Interessa-nos sobremaneira a história dos nossos meios de representação, de todos esses novos media de registo automático que a modernidade das nossas técnicas progressivamente veio a colocar nas nossas mãos, frente aos nossos olhos, abalando-nos a razão e propulsionando a nossa imaginação muito para além dos cumes para onde ela saberia ou poderia voar sozinha". Qual então, o estado actual da fotografia? "Antes da sua difusão exacerbada, e da sua transformação naquilo a que chamaremos sem complexos um trust do imaginado, a fotografia foi - essencialmente - objecto de espanto. Não pretendemos com isto ajuizar negativamente de todas as fotografias que nos são contemporâneas. Nem pretendemos, longe de nós, afirmar que aquelas com que hoje privamos são inteiramente incapazes de nos espantar. O que queremos afirmar aqui e agora corresponde, antes, à convicção de que as nossas atitudes em relação ao que releva do fotográfico mudaram, e muito".
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