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Sinopse por: Luís Nogueira É o próprio Foucault quem afirma, a dada altura, que o seu objectivo durante vários anos foi "destacar alguns dos elementos que poderiam servir para uma história da verdade". Uma história, como diz o autor desta reflexão, "não daquilo que pode haver de verdadeiro nos conhecimentos, mas dos jogos de verdade através dos quais o ser se constitui historicamente como experiência, isto é, como podendo e devendo ser pensado. A história do presente ou a ontologia da actualidade que constituíram a grande ambição do projecto reflexivo de Foucault e que o tinham levado, pelo menos desde o seu primeiro volume da História da Sexualidade: A vontade de Saber, a debruçar-se sobre o modo como se constituiu, nas sociedades modernas, uma experiência, de tal modo que os indivíduos tiveram de se reconhecer como sujeitos de uma sexualidade que abre a domínios muito diversos de conhecimento e se articula num sistema de regras e constrangimentos, leva-o agora e, porventura paradoxalmente, a retornar ao chão originário não só do saber moderno mas ocidental como um todo e, melhor, ao modo como entre os gregos antigos se modelam um ao outro o discurso verdadeiro e a experiência dos indivíduos".
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