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Sinopse por: Luís Nogueira O início do texto: "O riso é próprio do homem, sem dúvida, mas colocou-se sempre fora do horizonte humano que se reduz à conservação da vida e à continuação da actividade produtiva. É por isso que quando ele irrompe por esses lugares tão sérios, aparece sob a capa do agente provocador, pronto a sabotar.
Para ler este transtornante riso, é útil o estudo de Georges Bataille sobre "La Notion de Dépense", que vem sustentar que "les hommes assurent leur subsistance ou évitent la souffrance, non parce que ces fonctions engagent par elles-mêmes un résultant suffisant, mais pour accéder à la fonction insubordonnée de la dépense libre" (Bataille, 1933:45). Ora, deste ponto de vista, cai por terra uma visão da humanidade que apenas se revê no direito de adquirir, de conservar e consumir racionalmente, fazendo uso do mínimo necessário. O riso pode assim surgir integrado nesta noção de "dépense" perdulária, que constitui em si mesma o seu próprio fim, e sempre teve por missão roubar o homem ao horizonte mesquinho da sobrevivência e investi-lo na posição de senhor".
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