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Sinopse por: Luís Nogueira Como diz o autor, "A paixão de Hitchcock foi sempre contar duas histórias ao mesmo tempo. Pelo menos duas, procurando chegar a X..., dando muitas vezes a sensação de se reduzirem a uma só, logo que se crê reconhecer nelas apenas um homem e uma mulher - duas histórias, pois, que podem acabar, casamento, por formar verdadeiramente uma só. Se Psycho foi o filme-trauma que superou os limites do cinema clássico, para perseguir tanto o que resta do cinema americano quanto as consciências vanguardistas e pós-modernas, foi por o processo (no sentido que Roussel lhe dava) aí se concretizar, na sua crueza franca e teórica. Uma história cruzando outra: o corpo da neurose (a mulher) oferecendo-se, num desvio de motel, aos golpes da psicose (o homem), a ponto de as razões de uma tal odisseia acabarem por dar a impressão de deslocarem de si próprias e o dispositivo-cinema surgir aí por aquilo que no fundo é, aos olhos de Hitchcock: perversão irreprimível, fetichismo e voyeurismo unidos, numa obsessão sem saída, pela diferença entre os sexos". Para abordar estas questões, o autor procede à análise de Family Plot, onde, como afirma, o método das duas histórias é levado "ao ponto em que toca a loucura abstracta ligada à devoção das imagens".
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