|
Sinopse por: Luís Nogueira Começa por afirmar o autor: "Falar de política no quadro de uma interrogação do não-verbal poderá parecer paradoxal, mas o paradoxo, se o há, resolve-se abandonando uma má definição do não-verbal, segundo a qual, muito inocentemente, seria tudo aquilo que não é da ordem da palavra. Nesta acepção, bastaria apenas o gesto de trazer ao saber, de codificar e axiomatiozar. Na política isso teria a ver co o marketing, o styling, a retórica das paixões, o inconsciente colectivo, etc. Mas o problema é que essa política nada tem a ver com o que, desde sempre, se esperou da política". E mais adiante, a propósito do silêncio a que as coisas são resgatadas, refere: "O seu fundo de verdade, que é inultrapassável, é que o humano passa pela palavra. O corolário desta tese é que o não-verbal é um efeito da palavra. O que evidencia que o não-verbal é uma pura construção da experiência. No seio da experiência, cada coisa parece andar à procura da sua palavra ou de fugir de uma palavra, para logo cair noutra. o não-verbal é ainda uma palavra para o humano falar daquilo que não é, impondo-lhe a obrigação de falar: essa palavra nada tem a ver com o singular, com a coisa tal como está entregue a si mesma. Tal obrigação é uma forma de violência, e é por aqui que nos aproximamos do nosso tema".
|
|