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Sinopse por: Luís Nogueira "Gérard Genette é um dos grandes nomes que podemos ligar à constituição e desenvolvimento dos estudos de Poética. Empenhado nas tentativas de análise estrutural desde o apontar dos seus primeiros esboços coerentes, destaca-se já nessa altura por praticar um tipo de reflexão relativamente diferenciado, voltado de preferência para a questionação de problemas teóricos susceptíveis de sistematização, que é sempre, nos seus trabalhos, apoiada por uma segura informação diacrónica que nunca lhe fez perder de vista a importância da dimensão histórica na aproximação analítica ou interpretativa de um texto. Autor de importantes contribuições para a metodologia da abordagem do escrito literário (ver, nesta mesma colecção, o volume intitulado Discurso da narrativa), toda a sua restante obra testemunha um esforço de compreensão dos mecanismos de composição textual e do recurso à fundação de instrumentos que a permitam, tanto como de uma inexcedível precaução na exposição e utilização que deles faz, acompanhada da sua por vezes desconcertante desconstrução, normalmente bem humorada, numa atitude que inviabiliza qualquer posição dogmática ou uma eventualmente temida rigidez de aplicação(...).
Tem este escrito fundamentalmente dois sentidos: o de situar a discussão poética no terreno que, transcendendo o texto, faz apelo à teoria, e por isso o entende como um arquitexto, isto é, um pressuposto abstracto que em si concilia as formas conceptuais e categoriais que regulam a ordenação textual; e o de, a partir daí, postular uma hesitação teórica que não é mais possível ignorar (que muitas vezes tem sido eludida ou inadvertidamente ultrapassada) e que pondere a definição, evolução e actualização da problemática dos géneros literários". este excerto é retirado da apresentação à obra efectuada por Maria Alzira Seixo.
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