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Sinopse por: Luís Nogueira O início do texto: "No final do ensaio Anjos e meteoros (1999) e em Órbitas da Modernidade (2000), explicitámos os novos moldes a que a ideia de instantaneidade se tem vindo a sujeitar na actualidade. Nomeadamente, partimos do princípio de que a instauração do futuro (ou do .ainda não., do .horizonte do devir., do .estar para vir.) sempre constituiu, no âmbito ocidental e semítico, uma visão de inevitável fractura face à instância do presente, persistentemente gerida por um .grande código. totalizante. Desde a fase profética propriamente dita à apocalíptica judaicas; desde as escatologias cristã ou islâmica à cristalização utópica de pós-seiscentos; desde o alvor neo-escatológico das ideologias ao ponto ómega de T.Chardin, sempre um .grande código. monopolizou a interpretação de conquista de um futuro distante e perfectível. Esta longa e pesada tradição - às vezes ainda invisível, por isso mesmo - sempre coabitou, no entanto, com a exigência latente, e às vezes presente, do cumprimento instantâneo desse futuro anunciado na esfera imediata do .agora-aqui.. Entre este tipo de manifestações activas, poderemos colocar, em pé de igualdade, o horizonte de cumprimento premonitório dos tempos do primeiro Isaías, as visões directas de Deus na literatura apocalíptica, os movimentos milenaristas e montanistas do alvor do Cristianismo, a urgência da conquista do Dar-al-Islâm após a revelação de Maomé, as revoltas utópicas europeias no despontar da modernidade e, por fim, o deslumbramento inicial das revoluções socialistas do século XX".
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