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Sinopse por: Luís Nogueira "Salvo excepções mais do que honrosas (Michel chion, Gilles Deleuze, Pascal bonitzer e, mais recuadamente, Eisensatein), a reflexão sobre o cinema tem sido até hoje marcada pelo peso avassalador da imagem. Decerto porque no cinema a imagem chegou primeiro, mas também decerto porque essa imagem é projectada, majorada, o espectáculo cinematográfico tem sido muitas (demasiadas) vezes confundido com o que nele se mostra, raras vezes com o que nele se ouve, quase nunca com o que por ele se esconde.<br> A verdade, porém, é que o protocolo filmológico renova, em cada projecção, essa dialéctica entre o visível e o invisível, entre a parte do mundo que o ecrã revela e aquela, infinitamente maior, que ele encobre ou que, pura e simplesmente, omite. A nossa tese - que procuraremos ilustrar através de um exemplo localizado, mas que está longe de ser exclusivo - é que na dobra de uma história do cinema, entendida como história das suas imagens (quer dizer, portanto, como história ilustrável), se esconde, também, uma outra história, mais problemática e menos imediata: uma história do invisível fílmico, onde não só se projectam as instáveis ramificações de uma imagem incompleta do mundo, mas onde, sobretudo, se espelha o destino conceptual da representação e se cumpre a figura integral de uma Totalidade que o Verbo cinematográfico não resolve, mas que apenas, pragmaticamente, indicia". São bem explícitas estas palavras do autor para entender o objecto da análise.
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