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Sinopse por: Luís Nogueira Trata-se do catálogo da exposição com o mesmo nome que, em 1999, esteve patente no Palácio Foz, em Lisboa. Lê-se num dos textos de apresentação: "Desde os finais do século XV - época da oficina de Rodrigo Álvares - até hoje, o longo caminho percorrido pela Divina Arte Negra ficou marcado, entre nós, como noutros países, por sucessivas tensões que confrontaram o direito de expressão do pensamento e as práticas obscurantistas, a liberdade e a censura.
Sendo a imprensa o primeiro dos media, ao menos numa perspectiva histórica, compreende-se que tenha sido, por excelência, palco e espelho dos diversos antagonismos vividos pela sociedade portuguesa nestes últimos cinco séculos, no que se prende com a sua produção ideológica e cultural.
(...) A nossa história está irremediavelmente estrangulada por longos momentos de opressão do pensamento, do Santo Ofício contra-reformista ao Exame Prévio do Estado Novo. É, por isso, dever de todos nós não esquecermos, para de vez as irradicarmos, as épocas em que a besta humana, em nome de um credo ou de uma ideologia, se arrogou o direito de julgar, condenar e punir os juízos de outros homens, quando não o poder, bastas vezes exercido, de lhes retirar a própria vida.
Se os vinte e cinco anos de Democracia já transcorridos - como, aliás, todo o actual enquadramento internacional do país - nos restituem a convicção de termos atingido um ponto de não retorno na salvaguarda das liberdades individuais, nem por isso deixamos de transmitir a outras gerações o peso desse imenso silêncio acumulado nos nossos anos de deserto".
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