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Sinopse por: Graça Gonçalves "Durante milhares de anos, as pessoas têm tentado compreender a sua relação com o resto do Universo. Por razões várias, muitos filósofos sentem hoje relutância em abordar estes grandes problemas. No entanto, os problemas persistem e, neste livro, vou abordar alguns deles. Por agora, o maior problema é este: temos uma série de imagens de nós mesmos, provenientes do sentido comum, enquanto seres humanos, que é muito difícil de harmonizar com a nossa total concepção "científica" do mundo físico. Pensamo-nos como agentes conscientes, livres, atentos, racionais num mundo que a ciência nos diz consistir inteiramente em partículas físicas sem mente e sem significado. Ora, como podemos nós, harmonizar estas duas concepções? Como, por exemplo, pode ser possível que o Mundo contenha também consciência? Como pode o Universo mecânico conter seres humanos intencionalistas _ isto é, seres humanos que podem representar o Mundo para si mesmos? Como, em suma, pode um mundo essencialmente sem significado conter significados? Tais problemas transbordam para outras questões bombasticamente mais contemporâneas: como devemos nós interpretar o trabalho recente em ciência de computadores e inteligência artificial _ trabalho que visa a construção de máquinas inteligentes? De modo específico, dar-nos-á o computador digital a imagem correcta da mente humana? E por que é que as ciências sociais, em geral, não nos deram uma compreensão de nós mesmos comparável à compreensão que as ciências naturais nos deram para o resto da natureza? Qual a relação entre as explicações ordinárias, de sentido comum, que aceitamos acerca da maneira como as pessoas se comportam e os modos científicos da explicação? (...)"_ in `O problema da mente-corpo`
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