|
Sinopse por: Luís Nogueira Tomemos algumas passagens da introdção para nos situarmos quanto ao contexto e à metodologia seguida pela autora na realização da sua obra: "No século XIX, na era da máquina e do capitalismo moderno, não só se viu modificar-se o carácter dos rostos nos retratos, mas também a técnica da obra de arte. Esta começou a transformar os modos de expressão de uma maneira até então desconhecida. (...) A invenção da fotografia foi decisiva para essa evolução. (...) De ora em diante, a fotografia faz parte da vida quotidiana. Incorporou-se de tal modo na vida social que, à força de vê-la, não mais a vemos. Um dos seus traços mais característicos é ser igualmente recebida em todos os estratos sociais. (...) Ela é o meio de expressão típico de uma sociedade determinada, assente numa civilização tecnológica e fundada numa hierarquia das profissões. Ao mesmo tempo, ela tornou-se para essa sociedade um instrumento de primeira ordem. O seu poder de reproduzir exactamente a realidade exterior - poder inerente à sua técnica - empresta-lhe um carácter documental e fá-la aparecer como o processo de reprodução mais fiel, o mais imparcial, da vida social.<br>
(...) O presente estudo incide sobre a imensa importância da fotografia enquanto processo de reprodução, e no papel que nos seus inícios ela desempenhou na evolução do retrato individual, depois na do retrato colectivo, quer dizer, na imprensa. Ele estende-se desde a época da publicação da fotografia, o terceiro decénio do século XIX, até aos nossos dias. (...) Estudando alguns aspectos da história da fotografia, tentamos trazer à luz a história da sociedade contemporânea com o objectivo de demonstrar, através de um exemplo concreto, as relações que tornam as expressões artísticas e a sociedade dependentes uma da outra, e como as técnicas da imagem fotográfica mudaram a nossa visão do mundo".
|
|