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Sinopse por: Luís Nogueira É intenção do autor "apresentar algumas inquietações acerca de um conceito limitado de escrita cénica, de base literária. É nossa convicção que o teatro não deve ser entendido como um género literário, mas antes como um acontecimento complexo e compósito, no sentido em que nele tomam parte integrante, não só esse texto literário, mas várias outras linguagens e expressividades. Cabe ainda referir, para já, que pensar uma escrita abrangente de todas estas linguagens não é de forma nenhuma uma questão menor, sobretudo se pensarmos que o teatro (tal como a música, o bailado, a ópera) tem forçosamente que passar do momento da sua concepção ao momento da sua execução, sendo o registo que fica dessa concepção a garantia da possibilidade das suas múltiplas execuções ou repetições, enquanto obra total e una. Não é uma questão menor também porque obriga assim a que se tome consciência da necessidade de repensar, uma vez mais, e para além dos esforços dos modernos, a própria noção de teatro. Da seguinte forma: o que pode ser hoje o teatro?"
Os passos desta reflexão passam por Berthold Brecht; Peter Brook; pelo debate da questão da mimesis; pela recuperação da noção wagneriana de gesamtkunstwerk (obra de arte total); pelo debate da questão da composição, como poética contemporânea; pela homologia entre os processos do trabalho musical e teatral; e, finalmente, por uma nova noção de drama (e não de teatro) que permita alargar as possibilidades de trabalho poético.
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