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Sinopse por: Luís Nogueira Reproduzimos aqui o primeiro parágrafo do texto, onde a autora trata de enquadrar e identificar a problemática que suscita a sua reflexão: "Verbal/não verbal - É uma oposição tornada corrente pelo discurso teórico sobre a comunicação, a significação e a linguagem. Uma estranha oposição que diz, sobretudo, algo, pelo que não diz, isto é, pelo que deixa de indefinido, pelo que não designa sequer, ao construir negativamente o pólo segundo esta oposição: o não verbal. Região imensa e diversificada, e, no entanto, frequentemente amalgamada nesta não designação, nesta indefinição, como se de uma região precisamente indefinível se tratasse, como algo que, precisamente por não comungar do verbo, não comungaria também do conceito. Não verbal é pois uma designação que provavelmente obscurece mais do que ilumina, ou que apenas coloca em evidência a própria fonte de neste caso provém a luz: a palavra. Não verbal é a designação que a palavra dá ao gesto, ao som, à voz, à imagem, ao espaço, ao corpo, sempre que destes se desprende um potencial de sentido, e sabemos que a própria teoria linguística serviu frequentemente, no âmbito da semiologia de inspiração para a construção das suas respectivas teorizações. Não se trata aqui de criticar esta inspiração (por muitos liás já denunciada), nem tão pouco de apagar esta oposição, cuja antiguidade e radicalidade na nossa cultura não permitem que a esqueçamos. Trata-se sim de avaliar algumas das suas implicações num domínio específico - o da arte, e mais particularmente o das artes visuais - cuja relação ao sentido e à comunicação constitui precisamente um dos problemas centrais da estética moderna, da teoria e da crítica da arte".
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