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Sinopse por: Luís Nogueira Um excerto do texto: "É já um lugar comum descrever Musil como o «romancista da desintegração da sociedade hierárquica e da cultura liberal-racional austríacas», a chamada cultura de fim de século (Schorske), que Broch descreveu como um «apocalipse alegre», que seria a forma dos austríacos viverem o nihilismo (Broch). E é justamente o fenómeno do nihilismo que afecta Musil e a sua obra. Na medida em que o nihilismo destrói toda a estabilidade, desintegra todas as formas, revelando-as como fundadas em nada ou na linguagem, tem de pôr em causa a escrita que o procura descrever. O mesmo já ocorrera com Nietzsche. Inevitavelmente tudo se enreda em paradoxos inextricáveis: em Nietzsche temos a «morte da imortalidade (Deus)», no caso de Musil «o incumprimento do cumprido»".
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